Continuando nosso protesto ao plantio absurdo somente com espécies da África que continua a ocorrer nos canteiros centrais da Avenida Paulista, apresentaremos mais um pouco da fantástica biodiversidade nativa do Parque na Avenida e suas árvores.
Uma das maiores árvores do Parque Siqueira Campos, esse angico (Anadenanthera peregrina) provavelmente é sobrevivente da floresta primitiva do antigo Caaguaçu dos indígenas (mata grande em tupi). Espécie rara na atual metrópole.
Outra árvore secular na mata é o jequitibá-branco (Cariniana estrellensis). Além desse imponente exemplar existem outros no entorno, fato muito raro se considerarmos o histórico de devastação que as matas paulistanas sofreram ao longo da urbanização.
O Parque Siqueira Campos também apresenta as principais palmeiras da Mata Atlântica ocorrentes na cidade de São Paulo, inspiração para substituição das palmeiras-triângulo de Madagascar que serão plantadas nos canteiros centrais da Avenida Paulista.
A palmeira pati (Syagrus pseudococos) é outra raridade da Mata Atlântica no Parque Siqueira Campos. Palmeira esbelta e resistente, poderia ser usada com sucesso na arborização.
Frutos maduros e comestíveis do jerivá (Syagrus romanzoffiana) no Parque, palmeira que foi tão comum no território paulistano a ponto de nomear o antigo rio Pinheiros de “Jurubatuba” ou rio das palmeiras jerivás em tupi.
Palmito-jussara (Euterpe edulis) muito antigo no Parque Siqueira Campos, apresentando grande altura. É considerada a planta-mãe da Mata Atlântica devido aos seus frutos que alimentam grande parte da fauna nativa. Espécie ameaçada.
Frutos do palmito-jussara, “irmão” do açaí da Amazônia, com as mesmas propriedades.
Ricardo Cardim